Na internet, produtor busca mais informação de calcário do que preço

A concepção de que o agricultor busca principalmente comparar preços na internet está mudando. Estudo feito pela Assessoria de Imprensa da Abracal aponta que a procura por informações de como fazer a correção da acidez de solo é maior do que o custo da tonelada do produto.

O estudo levou em conta uma ferramenta, chamada Ubersugest. Ela permite saber quais as palavras mais buscadas na internet, em várias áreas da atividade humana. Suas conclusões são importantes porque levam em conta aquilo que se chama de “busca orgânica”, ou seja, as inserções mais procuradas sem o incentivo da publicidade digital.

Mais do que aplicar, o agricultor e o pecuarista sinalizam interesse no tipo de calcário utilizar sua propriedade. As quatro primeiras posições do ranking envolvendo o calcário na web estão reservadas para tipos de calcário.

São aproximadamente 7 mil pessoas que clicam nas buscas orgânicas sobre calcário. A faixa etária do público interessado no tema se concentra entre 25 e 44 anos.

Ajuda de um profissional

“Embora parte dos especialistas sinalize variações no resultado em função do tipo de corretivo, acreditamos que o calcário reage de forma diversificada no solo. Por isso, defendemos que a correção seja iniciada com a procura de um profissional técnico, que fará as etapas necessárias para avaliação da calagem”, afirma o presidente da Abracal, João Bellato Júnior.

A análise do solo por laboratórios credenciados apontará os resultados. O técnico fará a interpretação das necessidades. Esse acompanhamento é fundamental porque pesam questões como o histórico das culturas na área em estudo. Também o estresse hídrico e as variações climáticas influenciam na decisão.

Um risco que o produtor corre é buscar na internet a fórmula perfeita para aplicação de calcário. Termos como “exercício para cálculo de calagem” estão na lista dos mais buscados.

Outras procuras relacionadas com bastante acessos são exercício para cálculo de calagem e aplicativo para cálculo de calagem e adubação.

Análise do solo e do corretivo

O alerta do engenheiro agrônomo Jairo Hanasiro, especialista em fertilidade de solo e nutrição de plantas, envolve a sensação de que a internet fornecerá a maioria das respostas. Segundo ele, os calcários antigamente eram classificados em calcítico e dolomítico em razão do teor do nutriente Magnésio no produto. “Essa classificação foi extinta mas pode retornar na reforma da legislação”, revela.

Segundo Hanasiro, a faixa de classificação é muito ampla. Então, não é possível garantir, pelo tipo de calcário, que os teores de Magnésio serão suficientes para equilibrar o solo e suprir a planta.

“O ideal é verificar os teores de Calcio e de Magnésio garantidos pelo fabricante e, junto com a análise de solo, solicitar ao agrônomo para verificar se o produto atende ou não as necessidades do solo e da cultura”, recomenda.

Hanasiro orienta que a ação deve ir além do cálculo da quantidade. O agrônomo também irá avaliar, entre outros itens:

. os teores de nutrientes de cada calcário;

. a necessidade da cultura a ser plantada;

. a reatividade apropriada para a cultura;

. e a melhor relação custo/benefício dos produtos disponíveis em cada região.

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