Maurício Carvalho Monteiro e a defesa do calcário

O segmento do Calcário Agrícola tem uma característica bastante peculiar. Composto basicamente por empresas familiares, ele reúne história de empreendedores que, em vários postos nas organizações, se dedicaram não apenas ao próprio negócio.

Eles reservaram parte do tempo para ações institucionais, que fortalecessem o consumo do insumo e contribuíssem com o avanço da produtividade agrícola do país.

Exemplo disso é o empresário Maurício Carvalho Monteiro. Se estivesse vivo, Maurício estaria com 95 anos de idade, muito provavelmente orientando os atuais industriais tanto na condução de suas empresas como no relacionamento com entidades e governos.

Uma das iniciativas de que fez parte, a Embracal, representou uma profunda revisão na gestão das empresas de calcário, na década de 1980. Maurício, que faleceu em 1990, ainda participou ativamente do Sindical e da Abracal. Por isso, recebeu homenagens, como uma placa entregue pela Associação das Indústrias de Calcário de Minas Gerais em 1988.

Por isso, convidamos a Maria Fernanda Monteiro para falar do seu pai, Maurício Carvalho Monteiro. Confira.

Uma pessoa de sinergia e energia

“Meu pai Mauricio nasceu em São Paulo no dia 4 de fevereiro de 1927 e faleceu em 17 de junho de 1990, aos 63 anos de idade. Era filho de Clarinda Carvalho Monteiro e Aniceto de Almeida Monteiro.

Ele era uma pessoa de muita sinergia e energia, foi sempre muito dedicado a família e aos seus propósitos de vida e trabalho. Posso dizer que ele era um workaholic.”

Administrador nato, da bala ao algodão

“Ele era um administrador nato e se tornou empresário já aos 19 anos de idade. Se aventurou como empresário no ramo alimentício em Barra Bonita, tornou-se proprietário de uma indústria de balas e bolachas com o nome de Balas Califórnia. Foi em Barra Bonita que ele se casou com minha mãe, Maria Luiza Iaia Monteiro, e teve duas filhas: a Maria Luiza Monteiro de Toledo e eu.

Após constituir família em Barra Bonita, meu pai vendeu a fábrica de balas e nos mudamos para a cidade de Bariri, onde ele comprou uma fazenda de cultivo de algodão. Foi nessa fazenda de algodão que eu eu nasci.”

Do mogno ao gestor de fazenda

Em 1964 vendeu a fazenda Barreiro em Bariri e comprou uma fazenda de mogno em Mato Grosso, mudando-se novamente com a família.

Nesta mesma época, ele recebeu o convite do amigo Orlando Ometto para administrar a fazenda Suiá Missu, de propriedade do grupo Ometto, e esta foi sua ocupação principal até o ano de 1969.”

No calcário, a defesa do setor

“Em 1969, juntamente com dois amigos, ele comprou na cidade de Saltinho a empresa mineradora de calcário conhecida como ‘Calcário Amaral Machado’. A empresa continua atuante no mercado e hoje estou na direção.  Ele atuou no ramo do calcário agrícola durante 21 anos, com extrema dedicação tanto à empresa como em prol do setor!” 

Esforço em prol dos produtores

“Em 1979, ele idealizou e fundou a Embracal (Empresa Brasileira de Calcário), na qual foi nomeado presidente. Novamente, seu objetivo sempre foi o de beneficiar não só a si mesmo como minerador e produtor de calcário, mas a todos os produtores do estado de São Paulo. A Embracal viabilizou melhores condições de preços e de custos e conseguiu, através de seus inúmeros esforços, algumas isenções tributárias.”

Sr. Maurício, por Maria Fernanda “Só posso dizer que tenho muito orgulho de ser sua filha e que sou eternamente grata pelo legado que ele nos deixou. Ele foi um exemplo ímpar de pessoa, foi um grande formador de opinião!”

(Texto originariamente publicado no site do Sindicato das Indústrias de Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo-Sindical)

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