Estados e prefeituras ampliam programas sobre uso do calcário

A importância do agronegócio para a economia de estados e municípios está gerando programas de incentivo ao consumo de calcário agrícola. As ações vão de doação aos pequenos produtores até eventos que estimulam a calagem.

A Abracal apoia as iniciativas. A associação reúne os principais estados produtores de calcário agrícola no país e estima que o consumo anual do produto deveria estar perto de 80 milhões de toneladas. Hoje, são aplicadas 56 milhões de toneladas do insumo.

“Os benefícios desse estímulo começam com a maior produtividade por área plantada. Assim, o agricultor não precisa ampliar o cultivo, o que também ajuda na sustentabilidade”, comenta João Bellato Júnior, presidente da Abracal.

A maior oferta de alimentos e energia contribui também com a economia dos municípios, como Artur Nogueira, na região de Campinas (SP). O secretário de Agricultura da cidade, Odair Boer, estima que existam 1.200 propriedades rurais no município de 60 mil habitantes.

Essas propriedades empregam grande parte dos moradores. Inicialmente, havia muita laranja plantada, mas hoje os cultivos da soja e do milho avançam, afirmou o secretário – assista aqui à fala de Boer.

“Solo + Fértil” em SP

O agronegócio responde por 25% do PIB do Brasil. Artur Nogueira sediou, no dia 15 de março, a apresentação do programa “Solo + Fértil”, que reúne o governo estadual e as principais entidades das áreas de calcário e fertilizantes de São Paulo. O programa promoverá a utilização da calagem e adubação nas propriedades, aumentando a fertilidade dos solos paulistas.

Na ação, os agricultores, principalmente de pequeno e médio portes, deverão fazer a análise de solo, que apontará a quantidade necessária de calcário. “Os grandes produtores já estão tecnificados. A questão é divulgar a correção de acidez entre os empresários de menor porte”, declara Bellato.

A apresentação constou da programação da “Calagem de Outono”, evento que ocorreu pelo quarto ano consecutivo. O “Solo + Fértil” também deve ser divulgado na Agrishow, no final de abril desse ano. Aí, ganhará visibilidade nacional.

Os dados de manejo de solo em São Paulo assustam. Nas áreas rurais do estado, somente uma em cada três propriedades realiza a calagem. Apenas 46% das propriedades faz análise de solo.

Rentabilidade para o agricultor

A técnica da calagem consiste na aplicação de calcário para corrigir a acidez da terra. A correção gera crescimento das raízes e aumento na disponibilidade de nutrientes às plantas. A aplicação tem baixo custo, amplia a produtividade da área e a rentabilidade aos produtores. Ainda representa uma prática preservacionista no campo, pois ajuda a combater, por exemplo, a erosão.

A Prefeitura de Apucarana (Paraná) destinou 304 toneladas de calcário para agricultores familiares. Ji-Paraná (Rondônia) entregará 120 toneladas do insumo.

O “Solo + Fértil” atuará ainda na orientação aos pequenos produtores, por meio de edições do “Dia de Campo”, organizadas pelos órgãos da Secretaria da Agricultura paulista, como o IAC e a Cati.

Odair Boer relata que a economia como um todo ganha quando os municípios ligados ao agronegócio vão bem. A renda gerada pelas atividades agropecuárias movimenta o comércio, indústria e prestadores de serviços dessas localidades.

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