Adubo em terra ácida: “Ferrari em pista esburacada”

O Sindicato das Indústrias de Extração de Mármores, Calcários e Pedreiras no Estado do Paraná (Sindemcap) realizou, no último dia 24 de maio, o seminário “Use + Calcário”. O evento marcou, no estado, o Dia Nacional do Calcário Agrícola, festejado na mesma data.

A Casa da Indústria, na cidade de Maringá, sediou a atividade, cujo ponto principal foi a palestra “Corretivos agrícolas e seus benefícios no solo e nas plantas”, apresentada pelo professor Marcelo Augusto Batista, da Universidade Estadual de Maringá. Além de professor na área de Agronomia, Batista é doutor em Química e Fertilidade do Solo.

A ação contou com apoio da Federação da Indústria do Estado do Paraná (FIEP) e da Abracal. Presidente da Abracal, João Bellato Júnior enviou uma mensagem aos participantes, reforçando a importância dos corretivos de acidez para o país.

Além do público presente, a palestra teve transmissão on-line.

Adubo tipo Ferrari não resolve

“A solução dos problemas do solo começa com o uso do calcário”, afirmou o professor. Ele considera que há um “sub-uso” do calcário no agronegócio brasileiro, afetando os resultados trazidos pelo emprego do Sistema de Plantio Direto.

“Na História, todas as civilizações se desenvolveram em solos de alta fertilidade. O solo no Brasil apresenta baixa fertilidade, acidez elevada e baixo teor de fósforo. Então, tudo começa com a correção da acidez”, declarou.

Batista chama o produto de “3 em 1”, pois eleva pH do solo, diminui a toxidez de alumínio e fornece cálcio e magnésio. Assim, cria-se o ambiente ideal para começar a construir a fertilidade do solo. Sem ele, as ações se mostram ineficientes.

É o caso da aplicação de fertilizantes em terra com acidez elevada. “Muitas vezes, o produtor compra o adubo mais caro. É como comprar uma Ferrari para andar numa pista esburacada. Usar fertilizante bom em solo com acidez alta é perder dinheiro”, comparou o professor.

Presidente do Sindemcap, Diego Mocelin reforçou a vocação brasileira na geração de alimentos. “O calcário auxilia na redução da fome no Brasil e no mundo, ao ajudar na produtividade agrícola”, disse. No ano passado, o estado produziu 7,5 milhões de toneladas de calcário.

Dirigente da FIEP na área de Mineração, Cláudio Grochowicz disse que um dos entraves da economia nacional é a logística, tanto no escoamento da safra como na distribuição de insumos agrícolas.

Assista à integra do “Use + Calcário”.

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