Inflação interna da indústria de calcário pede atenção para os custos

A inflação interna que incide sobre a indústria de calcário brasileira apresenta queda nos últimos meses. Porém, os itens que compõem a lista básica de insumos do segmento continuam pressionando os custos na hora de produção do corretivo agrícola.

A conclusão é de estudo realizado pela Abracal e pelo Sindical – que são, respectivamente, a associação nacional e o sindicato de produtores de calcário no estado de São Paulo.

Os últimos resultados apontam os seguintes índices de inflação interna:

. 26,8% em junho de 2022;

. 26,5% em julho de 2022;

. 23,6% em agosto de 2022;

. 20,8% em setembro de 2022;

. e 19,2% em outubro de 2022;

O cálculo considera a variação dos preços dos insumos na quantidade necessária para a produção de uma tonelada de calcário, ao longo de um ano.

Recuo, mas em patamares elevados

Em 2022, a tendência foi de recuo gradual na inflação interna. Porém, ainda segue bastante elevada, na comparação com a inflação oficial, que ficou próxima de 6%.

Presidente da Abracal e do Sindical, João Bellato Júnior aponta essa elevação de custos. “A inflação interna que passamos a adotar tem como base uma cesta de produtos específicos para nossa atividade. Dentre estes produtos, ferro, aço e fundidos tiveram um aumento muito grande já no início da pandemia”.

E prossegue: “embora tenham desacelerado quando se fala de aumento, não houve retrocesso de valores nesses produtos”.

Segundo ele, “também todos os derivados de petróleo, não somente os combustíveis, tiveram um aumento muito grande, muito além dos índices oficiais, até porque não fazem parte da cesta de produtos da inflação oficial”.

Novos custos surgiram

“Ainda houve aumentos muito além dos índices inflacionários nos explosivos e seus acessórios, quando não aumentos reais. E os custos nesses itens subiram também por novas imposições. Hoje, por exemplo, temos que pagar uma escolta armada para o transporte do explosivo. Este custo recai sobre a conta ‘explosivos’ como um todo”.

A pressão nos valores, diz Bellato, está ligada a estes principais itens. Ainda há a questão de crédito.

“Aquelas empresas que foram obrigadas a buscar recursos no mercado financeiro em razão da alta nos custos de produção se depararam com um aumento bastante significativo nas taxas cobradas pelas instituições”, revela.

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